"Um Carro, Muitos Nomes"

Revista "Fusca & Cia", No 38 - Maio/2008 - páginas 46 à 53


Índice

Páginas 46 e 47

Páginas 48 e 49 (abaixo, página aumentada, para melhor leitura)

Páginas 50 e 51 (abaixo, página aumentada, para melhor leitura)

Páginas 52 e 53 (abaixo, página aumentada, para melhor leitura)


Páginas aumentadas para melhor leitura

Página 48 (aumentada)

Página 51 (aumentada)

Página 53 (aumentada)

Nota do site: A revista apresenta uma série de incorreções em sua reportagem.

- Página 48 - primeiro parágrafo "... onde inicialmente recebeu o nome de Aztec"

O Aztec era um carro fabricado pela empresa Fiberfab. A partir de uma carroceria do Aztec, foram feita pelos Ferrer uma série de profundas modificações originando o Ferrer GT. Pode-se dizer que o Ferrer GT derivou do Aztec, mas desde seu início o Ferrer GT era um carro distinto do Aztec. Isto é inclusive explicado a seguir no próprio texto da revista no seu seguimento.

- Página 48 - primeiro parágrafo "...ficou conhecido pelo sobrenome do seu primeiro fabricante..."

O primeiro fabricante do carro no Brasil chama-se Léon Larenas Izquierdo, e na verdade "Lorena" foi a marca escolhida para os carros, oriunda de "Larenas", passando então a ser conhecido como León "Lorena".

- Página 51 - legenda das fotos - "Nos anos 70, o Lorena brasileiro ganhou quatro lanternas traseiras, rodas Scorro "Bolo de Noiva", e entradas de ar na coluna traseira, além de faróis circulares."

As fábricas Lorena produziram carros completos e carrocerias vendidas avulsas. Nos carros produzidos completos pela fábrica, nunca foram produzidos carros com 4 lanternas traseiras (apenas o primeiro carro, de competição, da "Equipe Colégio Arte e Instrução" possuía 4 lanternas traseiras). As rodas Scorro (Bolo de Noiva) e Italmagnésio (Castelinho) eram oferecidas desde o início de sua produção como opcionais. Os faróis do Lorena sempre foram os faróis retangulares da linha Ford de 1968/1969. Nunca a empresa produziu carros com faróis redondos.

- Página 51 - primeiro parágrafo - duas citações tentam levantar suspeitas não sabe-se sobre o que

"... León de Lorena, ...... e que se dizia amigo dos Ferrer...."

- já comentamos acima que o nome do Sr León era León Larenas Izquierdo

- León durante a segunda guerra serviu no porta-aviões Saratoga como piloto, onde conheceu Frank Ferrer, que posteriormente criou nos Estados Unidos uma empresa de reparação de aviões, e posteriormente o Ferrer GT. Frank Ferrer fabricava bancos para aviões, bancos este que eram inclusive vendidos para a Panair do Brasil para equipar os aviões DC3, sobras de guerra, adquiridos pela mesma. Quem transportava este bancos para o Brasil era o Sr. León Larenas. 

"... Curiosamente, a referencia para a criação dos moldes foi uma carroceria importada dos Estados Unidos pelo empresário João Silva....."

- León trabalhava para a Estructofibra, no Rio de Janeiro, empresa especializada em componentes em fibra de vidro, onde desenvolvia para a Petrobrás tubulações em fibra para uso marítimo. Foi dele a sugestão para a Estructofibra trazer um carro Ferrer dos Estados Unidos para fabrica-lo no Brasil. O João Silva foi o patrocinador do projeto.

- Página 51 - primeiro parágrafo - "....Apesar da distância as carrocerias do esportivo eram fabricadas no Rio de Janeiro...."

Na Estructofibra foram fabricados apenas os moldes e a primeira carroceria, do carro da "Equipe Colégio Arte e Instrução". Com o desinteresse da Estructofibra em fabricar o carro, preferindo manter-se no mercado de lanchas, os moldes foram levados para São Paulo, para a empresa Fibraplast, de Celso Cavallari e Anísio Campos, onde as primeiras carrocerias foram fabricadas. A montagem era feita na revenda Monumento. Posteriormente toda a produção passou a ser feita na Rua Doutor Miranda de Azevedo, 1234.  A própria revista cita (Primeiro Modelo) que o primeiro carro foi já montado em São Paulo na revenda Monumento.

- Página 51 - "tornou-se quase impossível identificar atualmente quais exemplares foram modificados na própria fabrica e quais foram alterados por particulares".

As modificações que o carro sofreu durante o período em que foi fabricado são perfeitamente identificáveis nas sua conhecidas três gerações. Os modelos eram produzidos em moldes, e não havia como fazer um carro diferente do outro.

- Página 51 - ultimo parágrafo - "... as lanternas traseiras eram de caminhão...."

As lanternas traseiras do Lorena eram as sinaleiras traseiras do Ford Fairlane 1953. O caminhão Mercedes-Benz 608 D só começou a ser fabricado em 1972, após encerrada a produção do Lorena.

- Página 51 - "Um detalhe curioso se referia as calotas.....fixadas sobre rodas originais de Fusca".

As rodas originais de Fusca aparecem apenas no folheto de lançamento, e não saíram em nenhum carro de fábrica. As calotas referidas eram parte da roda em aço produzida pela Rodabrás, aro 13´ e largura de 5,5´, que era usada no Lorena, que opcionalmente podia ser adquirido com as rodas Scorro - "Bolo-de-Noiva", ou Italmagnésio -"Castelinho".

- Página 53 - "O comprador podia escolher motor 1300....."

O carro era oferecido apenas com o motor 1300. Caso o comprador tivesse interesse, este podia ser preparado e entregue segundo o desejo do comprador. Os motores eram preparados na oficina Chico Landi.

- Página 53 - Troca de Comando "...a fabricação do Lorena , entretanto continuou sendo feita pela Tambatajá..."

A Tambatajá fabricou apenas o Jeep Gaiato, projeto da "Lorena S/A Industrial de Veículos".

Houveram três empresas que fabricaram o Lorena, todas do Sr León Larenas. Inicialmente (12/1968 - 01/1969) "Lorena Importação Indústria e Comércio Ltda", de propriedade do Sr. León. Com a necessidade de aumento de capital, foi criada uma empresa SA, (01/1969 - 01/1970 ) "Lorena S/A Industrial de Veículos", com outro sócios(Renato Dichumo, Rubens Gugliemeti proprietário da revenda Monumento, e Octaviano Motta Junior), no mesmo endereço. Posteriormente o Sr. León retirou-se da empresa, que passou a chamar-se Tambatajá Veículos, e deu continuidade na fabricação do Lorena em sua nova empresa "Protótipos Lorena Carrocerias Especiais Ltda" (03/1970 - 1971), na Rua João Moura 760. Quem fabricou o Lorena GT foi sempre o Sr. León Larenas.

- Página 53 - penúltimo parágrafo - "... Das mudanças realizadas na Tambatajá....... além da troca dos faróis por modelos circulares."

Repetição de incorreções já comentadas anteriormente

- Página 53 - "Houve uma modificação do símbolo do carro.... e passou a estampar o peito de uma ave....".

O símbolo dos carros Lorena, sempre foi o brasão com a cruz de Lorena. O adesivo (decalco na época) com um papagaio (na verdade a Águia de Lagash customizada para uma ave brasileira), era utilizado pela "Scuderia Lorena", para os carros de competição.

- Página 53 - última frase - "...Alguns anos mais tarde, o carro passou a ser fabricado por outra empresa que o rebatizou de Villa GT"

Alguns anos mais tarde, entre 1977 e 1981, foram fabricadas algumas carrocerias do Lorena sobre moldes existentes, pela empresa  Indústria e Comércio de Plásticos Reforçados Mirage Ltda, mas com o nome de "Mirage GT".

O Villa GT nada tem a ver com o Lorena. O Villa GT foi um outro carro fabricado por Adilson Villa, inspirando-se no Lorena GT.

 


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